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24/12/2012

Dica Clássica: Chinatown


Nem só de ação vive o cinema. Bons filmes não se apoiam somente em grandiosas cenas de guerra, luta e cheias de explosões. Às vezes, quem acaba roubando a cena é o roteiro. Quando bem escrito, este serve sempre de base para boas atuações e nas mãos do diretor certo, acabam virando clássicos cheios de indicações, prêmios e fãs. E quando tudo isso funciona vemos obras primas como Chinatown, de 1974.

Escrito por Robert Towne e dirigido por Roman Polanski, Chinatown conta a história de um detetive que se vê deparado com um caso complicadíssimo de ser resolvido. Quando J.J. Gittes (Jack Nicholson) é contratado pela suposta mulher de Hollis I. Mulwray (Darrel Zwerling), engenheiro chefe do Departamento de Água e Energia de Los Angeles para investiga-lo sobre uma suposta traição. À medida que Gittes vai mergulhando fundo na investigação, ele logo percebe que até a Cidade dos Anjos tem seu lado sombrio. E é com base nessa premissa que vemos o filme se desenrolar e seguir por caminhos imprevisíveis com direito a fraudes, corrupção e traição.




É impressionante o quanto o filme é bem escrito. Towne já tinha estabelecido seu nome no cinema americano com outros filmes só que com Chinatown ele se supera. Com uma história bem organizada com direito a temas e subtemas, o filme segue sem lhe dar uma previsão de como tudo pode acabar. Personagens bem distribuídos, falas muito bem feitas, tudo perfeitamente em seu lugar e aparecendo na hora certa. E o modo como Towne trabalhou os temas principais do filme faz com que toda a atmosfera misteriosa e de filme Noir flua perfeitamente durante as mais de duas horas de filme. E com um bom roteiro, surgem boas atuações. O desempenho de Jack Nicholson como Gittes é incrível. Ele consegue dar personalidade suficiente ao personagem fazendo com que você esqueça completamente o ator que está ali e se identifique com as dúvidas dele. Quem rouba a cena também é Faye Dunaway. Sua interpretação como Evelyn Cross Mulwray, de tão boa lhe rendeu uma indicação ao Oscar concorrendo a melhor atriz do ano. Some a esse roteiro impecável a direção acima da média de Roman Polanski. O modo como ele filma tudo, com uma trilha sonora pouco invasiva, mas presente e com uma fotografia do jeito que tem que ser, vemos a perfeita combinação necessária para eternizar um filme como um dos clássicos da história do cinema.  

Chinatown de tão bom, pode ser, sem dúvida alguma, considerado uma aula de cinema para aqueles que admiram e gostam da sétima arte. Prova de tal perfeição é a quantidade de indicações que o filme recebeu em 1975, que foram ao todo 11: Melhor filme, melhor diretor, melhor ator (Nicholson), melhor atriz (Dunaway), melhor fotografia, melhor direção de arte, melhor figurino, melhor edição, melhor trilha sonora, melhor som e melhor roteiro original, ganhando apenas esse ultimo. Chinatown merece ser visto pelo menos uma vez todo ano. Pode apreciar sem moderação e sem medo de ser feliz.

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