-->
Blogger Panda

27/05/2014

Crítica: X-Men - Dias de um Futuro Esquecido

    No começo dos anos 2000 o cinema mundial estava precisando de uma reviravolta nos filmes de ação.
O gênero estava saturado com filmes de assalto, cheios de explosões, batidas de carros e artes marciais. Era preciso um novo tempero para dar um novo fôlego para esses filmes. A saída encontrada para tal impasse foi o retorno de filmes de super-heróis (Existiam sim, filmes de heróis das HQs naquela década de 90 só que esses tinham uma qualidade um tanto quanto duvidosa). A primeira leva de filmes dessa nova geração veio com a primeira trilogia do Homem Aranha pela Sony, e com o que parecia ser uma aposta arriscada para a Fox: Os X-Men. Digo arriscada pela quantidade de dúvidas sobre como levar o universo mutante de um modo moderno e que funcionasse nas telas. Essa nova leva de filmes obtiveram um sucesso de público tão grande que hoje é o principal foco dos estúdios de Hollywood. Só que eles não eram perfeitos. Com a saturação de algumas adaptações que causaram apatia no público e crítica, os filmes foram decaindo em qualidade. Aí surgiu um reboot descompromissado, que se tornou o melhor filme dos mutantes até hoje: X-Men - Primeira Classe. Mas surgiu um problema: com tantos atores contratados, como unir o universo dos primeiros filmes com essa nova visão? A saída encontrada foi usar um dos melhores arcos de toda história dos mutantes nos quadrinhos: Dias de um Futuro Esquecido, que foi escrito por Chris Claremont. E o novo filme da saga tem grande parte da sua qualidade atribuída a icônica série das HQs.

    No futuro, os mutantes são caçados impiedosamente pelos Sentinelas, gigantescos robôs criados por Bolívar Trask (Peter Dinklage, ótimo como sempre). Os poucos sobreviventes precisam viver escondidos, caso contrário serão também mortos. Entre eles estão o professor Charles Xavier (Patrick Stewart), Magneto (Ian McKellen), Tempestade (Halle Berry), Kitty Pryde (Ellen Page) e Wolverine (Hugh Jackman), que buscam um meio de evitar que os mutantes sejam aniquilados. O meio encontrado é enviar a consciência de Wolverine em uma viagem no tempo, rumo aos anos 1970. Lá ela ocupa o corpo do Wolverine da época, que procura os ainda jovens Xavier (James McAvoy) e Magneto (Michael Fassbender) para que, juntos, impeçam que este futuro trágico para os mutantes se torne realidade.

    Com a volta de todo o elenco principal de todos os filmes (sim, praticamente todos votarão) falar sobre a qualidade de atuação é desnecessário. Fica difícil encontrar cenas mal aproveitadas. Bryan Singer sabe extrair a parte boa de cada um. O conceito das sentinelas do futuro é tão intimidante e assustador quanto nos quadrinhos. A ambientação dos anos 70 também é outro ponto forte. Mas é a participação de Mercúrio que mais chama atenção. Com o uso do 3D, toda a sua principal sequência é de tirar o fôlego.

    É quando você tenta entender o filme do modo como ele quer ser entendido que surgem os problemas. As referencias ao universo criado no cinema geram inúmeras incoerências. Em um filme da Marvel, por exemplo, todas as referencias, flashbacks e citações surgem para complementar uma narrativa perfeitamente fechada. Nesse X-Men, não é assim. Para quem já viu todos os filmes dos mutantes no cinema, tentar entender esse filme como um todo acaba gerando dúvidas demais, derrubando a qualidade da narrativa.
X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido, quando visto como uma única história funciona muito bem. Até no mesmo nível do X-Men - Primeira Classe. Só no momento de ligar todos os pontos de referencia que ele acaba perdendo sua qualidade. Concertar toda essa confusão criada durante os anos com uma viagem no tempo não é tão simples assim. E a impressão que fica é que praticamente não deu certo. Espero pra ver na sequencia já aprovada pelo estúdio como tudo vai ficar sem o compromisso de concertar nada que já foi feito.
                                                                          NOTA:

Next

Prev

Posted By:
Blogger Panda