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Blogger Panda

29/05/2014

Review: Boardwalk Empire


     Séries de época nunca saíram de moda. Hoje, elas possuem mais destaque do que antes devido à qualidade na produção. 


   O investimento e o requinte em produção que antes era baixo, hoje se assemelham ao mesmo nível das melhores produções cinematográficas. Nessa leva de séries, Downtown Abbey, Mad Men e Game of Thrones são referências. Seguindo esse caminho, surgiu Boardwalk Empire, com sua história situada em uma Atlantic City tão corrupta quanto algumas cidades brasileiras.

   Criada por Terence Winter (produtor e roteirista de The Sopranos), Boardwalk Empire é inspirada no livro Boarwalk Empire: The Birth, High Times, and Corruption of Atlantic City também de Winter. A série é ambientada em uma Atlantic City nos anos 20, logo após a proibição de venda de bebidas alcoólicas nos EUA. Toda história é focada em Enoch Nucky Thompson (Steve Buscemi), tesoureiro da cidade e quase dono da mesma. Nucky comanda toda a cidade como se fosse sua empresa, cuidando da população como se fosse seus funcionários. Típico comportamento dos antigos “Coronéis” famosos em todo o Brasil, principalmente no Nordeste. Nucky tem poder de manipulação até em todos os níveis nas eleições. A série começa com o surgimento de vários problemas na pacata Atlantic City. E o drama segue também a conturbada vida que Nucky vem levando por todos esses anos.
   Com um elenco que surpreende em qualidade de atuação (Buscemi mostra seu outro lado como ator, fazendo o espectador esquecer suas participações nos filmes de Adam Sandler), Boardwalk Empire chama a atenção com uma trama bem aberta e de várias possibilidades. Porem, essa sua qualidade acaba levando os roteiristas por algumas vezes em tramas desnecessárias, deixando de lado alguns temas que mexiam com o cotidiano da cidade na época. Estes poderiam muito bem ser mais aproveitados (toda a corrupção que controlava o resultado das eleições na época) sejam apenas citados. Pelo menos os bons momentos da série são muito bem aproveitados pelos diretores (Martin Scorsese dirigiu alguns e é produtor executivo da série) envolvidos, fortalecendo o drama em volta dos personagens principais (o episódio sobre a infância de Nucky na primeira temporada e o modo como àqueles acontecimentos afetaram toda a sua vida é um ponto alto da trama). O momento em que Nucky toca fogo na sua antiga casa na tentativa inútil de tentar apagar tais más lembranças é perfeito. Ele desperta o tipo de sentimento de empatia no público que gostaria de queimar coisas ruins que aconteceram no seu passado. O crescimento do personagem após esse ato faz com que o expectador se identifique ainda mais com a persona de Nucky.


  A identificação do público brasileiro com a corrupção de Atlantic City é fácil. O que causa espanto em alguns países faz parte do nosso cotidiano. Atlantic City poderia muito bem ser qualquer cidade no Brasil. Só por isso Boardwalk Empire deve ser vista. O primor na produção é outro show a parte. Tudo está perfeitamente no lugar, parecendo que todas as cenas estivessem sido gravadas na década de 20. O uso de logomarcas originais da época é outro primor dos produtores: os outdoors servem de patrocínio para a série usar marcas que já existiam naquela época e existem até hoje. Esse capricho na produção é outro convite para assisti-la. Pra quem curte um drama muito bem feito, é um prato cheio.


  Boardwalk Empire é uma produção da HBO, já foi premiada por diversas vezes com o Emmy, incluindo Melhor Séria Dramática (2011), melhor Ator em Série Dramática (Steve Buscemi) e já ganhou outras premiações como Globo de Ouro, Screen Actors Guild Award, Directors Guild of America Award e já ficou no Top 10 do American Film Institute (2010, 2011). O episódio piloto da primeira temporada é o atual recordista como “Piloto de maior Audiência” do canal. 

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