Depois do fim da série de TV Dr. House e após assistir
vários episódios aleatórios ,resolvi finalmente seguir a cronologia completa
dos episódios que estão disponíveis na Netflix . E listei as mais curiosas
doenças diagnosticadas por Gregory House (Hugh Laurie), o médico rabugento,
pouco ético e altamente perspicaz.
Sexsomnia
No episódio “O Exemplo”, na primeira temporada da série, o
doutor House consegue desvendar o mistério de uma paciente que sofreu um aborto
espontâneo, mas jurava não ter tido relações sexuais com ninguém desde que
terminou seu último namoro. Além disso, ela ainda apresentou marcas no corpo,
como chupões e joelhos esfolados por carpete.
Diante das evidências, ele percebeu que ela sofria de um
distúrbio do sono descoberto em 2003, chamado “sexsomnia”. Na prática, quem
sofre dessa doença age como sonâmbulo e, durante o sono, pode atacar outras
pessoas sexualmente. Como, na história, a paciente morava no mesmo prédio do
ex-namorado, ela ia até seu apartamento e tinha relações sexuais com ele,
enquanto dormia.
Síndrome de Munchausen
Essa doença apareceu no episódio "A Decepção", na
segunda temporada, quando uma paciente anêmica sofre uma convulsão e é
apresentada a House. Inicialmente, ela tem o diagnóstico de sofrer da Síndrome
de Cushing, ocasionada pelo excesso do hormônio cortisol no sangue. Mas logo o
médico percebe que ela própria induzia esses sintomas, revelando outro
problema: a Síndrome de Munchausen.
Essa doença é um distúrbio psiquiátrico, em que a pessoa
induz a moléstia ou finge estar enfermo para receber cuidados. Mas, ao se fazer
de doente, a personagem acabou mascarando os sintomas de uma infecção pela
bactéria Clostridium perfringens.
Quimerismo
Um menino de sete anos de idade, fruto de uma fecundação in
vitro, chega ao hospital com sangramento no reto e alegando ter sido abduzido
por alienígenas. Esse quadro, apresentado no episódio “Abdução”, na terceira
temporada, confundiu a cabeça dos médicos da equipe de House.
Só depois de exames apontarem a presença de dois tipos de
DNA nas células do paciente e de um pequeno objeto metálico alojado em sua nuca
(um pino cirúrgico não removido muito tempo antes) que o doutor rabugento
concluiu que o garoto tinha quimerismo. Esse problema surge quando, nos
primeiros quatro dias de gestação, dois óvulos são fecundados e fundidos,
provocando uma mistura de informações genéticas sem apresentar mutações
impactantes.
Síndrome de Von Hippel-Lindau
Depois de passar por um momento de “sinestesia” durante uma
simulação de voo, quando confundiu os sentidos ao “enxergar” os sons, uma
piloto de caça da Força Aérea Americana procurou House. Como ela era candidata
a um programa da NASA, ela pediu segredo ao médico sobre sua condição.
Mas, quando o diagnóstico final foi dado, ele não pode mais
manter sigilo. A personagem sofria da síndrome de Von Hippel-Lindau, uma doença
genética rara que faz com que tumores cresçam em partes do organismo mais
irrigadas por sangue, como rins e pulmões (caso mostrado na série). O caso foi
mostrado no episódio “A coisa certa”, da terceira temporada.
Síndrome de Doege-Potter
No episódio “O Contrato Social”, na quinta temporada de
House, a chamada síndrome de Doege-Potter provocou constrangimento para um
editor de livros que, pouco antes de ser internado, começou a dizer tudo o que
vinha à sua cabeça, sem segurar comentários agressivos ou impróprios.
Essa síndrome rara é associada à liberação de substâncias
por fibromas (tumores do tecido conjuntivo fibroso) na cavidade pelural, que
levam à hipoglicemia e a reações autoimunes do corpo, em que os anticorpos
lutam com o próprio organismo. Devido à enfermidade, o lobo frontal do paciente
foi afetado, causando a desinibição na hora de falar certas verdades.
Doença de Fabry
O paciente tratado no episódio "O Grande Fiasco",
na sexta temporada, chegou ao hospital Princeton-Plainsboro Teaching sentindo
que suas mãos pegavam fogo. Passando por vários sintomas, como dor no peito,
problemas para respirar e até uma ereção de três horas de duração, confundiram
os médicos da equipe de House.
Foi com a ajuda da internet, onde o paciente postava seus
sintomas, que o diagnóstico foi dado: doença de Fabry. Essa moléstia tem origem
genética, é rara e sua identificação é muito difícil, por isso, o tempo entre o
aparecimento dos sintomas e a descoberta é longo (podendo chegar a até 12
anos).
Entre os sintomas estão dores nas articulações, problemas
gastrointestinais, sinais dermatológicos, como manchas avermelhadas, redução do
suor e baixa tolerância ao calor e exercícios físicos. Tudo isso pode evoluir
para insuficiência renal, acidente vascular cerebral, ataques isquêmicos ou
disfunções cardíacas.
Síndrome de Ehlers-Danlos e acumulação compulsiva
O episódio "Do Fundo do Baú" mostra a vida de um
casal que sofre com três doenças. O marido é o primeiro a chegar ao hospital,
sofrendo de uma infecção bacteriana rara chamada Febre Q, transmitida por
mamíferos. Essa, no entanto, era só o começo.
Após arrombarem a casa do paciente por duas vezes, os
médicos da equipe de House descobriram que a esposa dele sofria de um distúrbio
psicológico de acumulação compulsiva, em que guardava em casa todo tipo de
lixo, para “colecionar”, inclusive um gato morto encontrado na geladeira. Esse
problema foi causado por outra doença genética rara sofrida pela mulher: a
síndrome de Ehlers-Danlos.
Por causa do distúrbio, caracterizado por frouxidão nos
ligamentos e hipermobilidade óssea, ela sofreu três abortos, causando a ela os
danos psicológicos e todo o resto da situação.
Transtorno dissociativo de identidade
Como se não bastasse sofrer de coriocarcinoma, um tipo de
câncer, a adolescente de 14 anos tratada no episódio “Morto e Enterrado”, da
oitava temporada, sofria de “transtorno dissociativo de identidade”. Essa
doença psicológica é chamada muitas vezes de dupla personalidade, mas a
personagem tinha pelo menos três.
Uma delas era de uma menina de dois anos que não conseguia
sentir seus braços, tinha dor quando comia morangos e se sentia culpada por ter
distraído seu pai momentos antes do acidente que o matou. Foi exatamente esse
fato da vida dela que desencadeou a aparição de múltiplas personalidades.
Na vida real, essa doença existe, mas causa polêmica entre
os psiquiatras, já que o diagnóstico não costuma se basear em experiências
científicas e provas concretas.